
"O quadro fiscal de 2016 deve se agravar"
December 30, 2015
ALEXANDRE SCHWARTSMAN, economista
Recém-empossado ministro da Fazenda, Nelson Barbosa foi um dos 61 economistas, pesquisadores e empresários que assinou uma carta, em setembro de 2014, em repúdio à atitude do Banco Central (BC) em processar Alexandre Schwartsman. Doutor em economia pela Universidade da Califórnia,em Berkeley, e ex-diretor de assuntos internacionais do BC, ele foi acionado judicialmente pelas suas opiniões contra a autarquia. A queixa-crime foi rejeitada pela Justiça Federal. Desde então, Schwartsman não aumentou nem diminuiu o peso de suas palavras. Continua crítico às falhas do presidente Alexandre Tombini e de sua equipe, que são classificados por ele como fracos. Sócio fundador da consultoria Schwartsman & Associados, o que ele mais detesta é ficar em cima do muro. Sua análise, por mais dura que seja, vem acompanhada de bons argumentos. Concordando ou não, vale a pena ler o que ele disse nesta entrevista à DINHEIRO.
Dinheiro
Por: Márcio KROEHN

“O Brasil se tornou um laboratório de criatividade contábil”
October 28, 2015
LUIZ FERNANDO FIGUEIREDO, CEO da Mauá Capital
O administrador com especialização em finanças, Luiz Fernando Figueiredo, foi diretor do Banco Central (BC) entre 1999 e 2003. Com a experiência de ter ocupado uma das nove cadeiras do Comitê de Política Monetária, ele afirma que, até o ano passado, o BC estava preso a um modelo desenvolvimentista equivocado. “Se havia pressão ou não, ninguém sabe”, diz Figueiredo. “O ponto é que aquele ambiente tornava muito difícil o trabalho do BC.” Neste ano, a taxa básica de juros subiu 2 pontos percentuais, para 14,25%, patamar que se manteve inalterado na penúltima reunião de 2015, realizada na semana passada. Sócio-fundador da Mauá Capital, gestora de fundos de investimento com uma carteira de R$ 1,6 bilhão, ele enxerga um cenário positivo para o Brasil em médio e longo prazos. Isso porque o País está enfrentando seus problemas e retirando a sujeira que foi jogada sob o tapete. Corrupção e maquiagem fiscal, por exemplo, passaram a ser discutidas e repudiadas pela sociedade. “Não tem nada mais mal visto, hoje, do que fazer pedalada”, afirma. “Há um ano, o governo estava mandando pau.” No entanto, antes de iniciar um novo ciclo de expansão, será preciso pagar a dolorosa conta dos últimos anos, diz, na entrevista a seguir.
Dinheiro
Por: Márcio KROEHN

“O Brasil é o grande Hamlet do mundo moderno”
September 23, 2015
MARCOS TROYJO, diretor do BRICLab, da Universidade Columbia
Ser ou não ser, eis a questão. A frase da peça de William Shakespeare é a melhor tradução do Brasil, segundo o economista e diplomata Marcos Troyjo. O diretor do centro de estudos específicos para os países que fazem parte do acrônimo BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China – na Universidade Columbia, em Nova York, diz não enxergar claramente o que o País quer para o seu futuro. “O Brasil é um complexo de posições que o fazem incompreensível para quem quer fazer negócio”, diz ele. Entre agosto e setembro deste ano, Troyjo passou 20 dias na China, em sua 12ª visita ao país do presidente Xi Jinping. “Na minha primeira viagem, a China sabia muito bem o que queria do mundo e o que era preciso extrair para o seu grande projeto”, afirma. “Agora, cada vez mais, a China sabe o que ela quer para o mundo.” De dentro da Muralha vermelha, Troyjo tentou compreender o que é a crise chinesa e como seus governantes e empresários avaliam a situação atual do Brasil. As críticas, no entanto, não bloquearam a estrada de oportunidades. “Os chineses estão loucos para aproveitar os bons preços das empresas brasileiras, que ganharam atratividade por conta da defasagem do real”, diz ele.
Dinheiro
Por: Márcio KROEHN

“O risco de reindexação da economia brasileira não é pequeno”
July 08, 2015
JOSÉ OLYMPIO PEREIRA, CEO do Credit Suisse no Brasil
Neto do legendário livreiro carioca José Olympio, o executivo José Olympio Pereira é um apaixonado pela arte brasileira. Ele destaca o trabalho da artista plástica Adriana Varejão e da pintora Beatriz Milhazes, mas distribui elogios a nomes ainda pouco conhecidos como Odires Mlászho, Carmela Gross, Paulo Monteiro e Paulo Pasta. No entanto, Pereira faz uma ressalva. “Não é recomendação de investimento, é para quem quer ter o prazer de usufruir e conviver com a boa arte.” Quando o assunto é investimento, o CEO do banco de investimentos Credit Suisse no Brasil é direto: não há condições para a bolsa de valores subir se os sinais de retomada da economia brasileira ainda são incertos. O programa de concessões de infraestrutura poderia ser um catalisador para o início da retomada do crescimento, principalmente com a atração de capital internacional, mas Zé Olympio, como é mais conhecido, se diz decepcionado com o que foi apresentado pelo governo. “Foi menos ambicioso do que precisaríamos”, afirma ele, que enxerga na crise da Grécia uma possibilidade de segurar a alta dos juros na economia dos Estados Unidos, o que seria benéfico para o Brasil.
Dinheiro
Por: Márcio KROEHN

“O Brasil não vai perder o grau de investimento”
April 15, 2015
MONICA DE BOLLE, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics
A economista carioca Monica de Bolle desembarcou nos Estados Unidos, em outubro do ano passado, para um período de estudos no Peterson Institute for International Economics, que vem a ser o berço das recomendações liberais conhecidas por Consenso de Washington. Filha do falecido economista Alfredo Luiz Baumgarten, Monica é fascinada pela discussão de ideias. O melhor exemplo desse interesse foi a tradução, para o português, do livro “O Capital no Século XXI”, do francês Thomas Piketty. “Uma das razões para traduzir esse livro é que sempre senti no Brasil, sobretudo nos últimos tempos, uma falta de debate. Hoje é tudo certo ou errado, este ou aquele lado”, diz ela. “O livro é um trabalho fabuloso, mas nem todas as teses que estão expostas são corretas.” É com esse espírito provocador que a economista conversou com a DINHEIRO.
Dinheiro
Por: Márcio KROEHN